14 de fevereiro de 2011

será que nos espera a solidão?

Estes últimos casos de velhotes encontrados mortos em casa há dias, semanas, ou mesmo anos, tem me feito pensar. É triste que depois de toda uma longa vida, haja tanta gente que acaba na maior das solidões. Morrer em casa, sozinhos, sem ninguém dar por isso e algum tempo depois é que os vizinhos acham estranho não os verem pela rua nas suas actividades habituais. Família parece que não existe e se existe, parece que nem se lembra de fazer uma visita aos elementos mais velhos que fazem parte dela. Ali, em casa, sozinhos, esquecidos, dão o último suspiro.

Com isto tudo eu penso: será que é isto que me espera quando chegar a velha? Será que vou passar os últimos dias da minha vida completamente sozinha? Será que depois de morrer, ninguém vai dar pela minha falta no próprio dia? Será que vou passar a ser assim tão insignificante?
É certo que, por mais que possamos fazer ao longo da nossa vida, por mais amigos que tenhamos, e mesmo com parceiro vivo, filhos, netos, bisnetos, a velhice é sempre velhice e acho que todos tendem a sentir pelo menos uma leve solidão. Faz parte do nosso ciclo de vida. Mas assim sempre temos alguém que se lembre de nós quando morrermos.
Quando não existe família ou amigos e quando a única companhia somos nós mesmos, parece que nos resta morremos sozinhos. Os vizinhos, esses, hão de se aperceber da nossa ausência passados uns dias. Ligam à Polícia. A Polícia vem a nossa casa, encontram-nos estendidos no chão. Depois de todos os procedimentos legais, temos direito a um funeral com alguns vizinhos que aparecem por simpatia. Sete palmos de terra e somos completamente apagados do Mundo. Ninguém vai voltar a lembrar-se de nós. Haverá mais triste que isto?

De repente, lembrei-me de uma música da Mafalda Veiga, O Velho. Oiçam. E pensem.


A partir de agora, acho que vou dar muito mais valor aos momentos que passo com as outras pessoas. Eles são preciosos. Vou dar ainda mais do melhor de mim. Vou dar muito mais valor ao melhor e mesmo ao pior dos outros.Sei que ainda falta muito tempo para chegar a velhinha. Mas acho que se tiver uma alma cheia de bons momentos, quando esse momento chegar, pelo menos vou ter muito que me lembrar e sorrir. Pode ser que assim não me vá sentir tão só.

8 de fevereiro de 2011

deprimida

Hoje sinto-me extremamente deprimida.
Porquê? Não sei. Talvez farta da azáfama dos exames, talvez a precisar de férias. Talvez saudades de casa, talvez a precisar de voltar a Leiria depois de três semanas em Évora. Talvez com falta da comidinha da mamã, talvez com falta do mau feitio da mamã, da loucura do papá, da histeria da mana. Talvez a precisar de miminhos. Ou talvez, simplesmente acordei assim e preciso de dormir o dia todo.
Ai se eu pudesse dormir o dia todo... É aquilo que mais me apetece fazer, confesso. Mas só de pensar que tenho de decorar a anatomia de peixes, répteis, anfíbios, mamíferos, aves... Fico ainda mais deprimida! Como vou conseguir fazê-lo se nem me lembro do que comi ontem ao jantar?! Como vou conseguir fazê-lo se tenho vontade de tudo menos de me pôr em frente ao computador a olhar para aqueles nomes todos?! Escrever, ouvir música, ficar simplesmente na cama a olhar para as paredes ou dormir, parecem-me coisas tão bem mais interessantes que aqueles bichos. E pior! Ainda tenho de ir às compras porque não tenho leite em casa! Meu Deus, que triste que é não ter leite em casa! Que triste que é ter de estudar e ter vontade de tudo menos disso. Que triste que é ter de passar estes dias relativamente quentes fechada em casa.
E mais! Tenho o quarto num absoluto caos e não tenho vontade nenhuma de o arrumar. Confesso que já parece uma pocilga.
Primeiro, com falta de inspiração. Depois, deprimida. O que virá a seguir?!

3 de fevereiro de 2011

inspiração precisa-se

Com esta coisa toda toda dos exames, nem vontade tenho para estudar, nem inspiração tenho para escrever.
Estou há minutos a olhar para o monitor e para o teclado, e as ideias teimam em não chegar, os dedos teimam em não mexer, teimam em não carregar nas teclas e formar palavras. Será do frio? Será do cansaço? Ou será que é só mesmo falta de imaginação e de inspiração? Não sei, mas o que quer que seja, preciso de resolver.
Preciso urgentemente de férias. Preciso da comida da mamã e das horas passadas em frente à lareira sem nada que fazer. Preciso de ficar sem preocupações, nem que seja por uns meros dias.
Valha-me a vitória do meu Benfica hoje, frente ao Porto!
E pronto, foi isto que saiu depois de tanto tempo a pensar no que havia de escrever.
Conclusão: preciso mesmo de inspiração!!