28 de dezembro de 2010

a história de Ele e Ela



Antes de Ele e Ela se conhecerem, já sabiam da existência um do outro. Quando Ele e Ela se conheceram, não passavam de mais duas pessoas que se conheceram por intermédio de amigos comuns. Bastaram uns dias, bastaram umas horas, para que se tornarem mais do que isso.
Ele e Ela eram muito diferentes. Vidas diferentes, interesses diferentes, visões diferentes... Mas havia algo que fazia com que se atraíssem mutuamente, algo que fez com que passassem a olhar uma para o outro de maneira diferente, de maneira especial.
Entre um ano e o outro, entre a terra e o mar, olharam um para o outro e sentiram a magia acontecer. Nada mais ia ser como antes, nem para Ele, nem para Ela.
Aquele sítio, onde a terra acaba e o mar começa, tornou-se especial, tornou-se deles.
Separaram-se sem sequer se despedirem. Talvez pensassem que o que se passou naquele sítio, ficava naquele sítio. Mas o destino quis que voltassem a ter contacto. O destino quis que percebessem que quando a magia acontece, não se consegue fugir dela.
Ela e Ela apaixonaram-se, namoraram, amaram-se. Mas nada é perfeito, principalmente quando as diferenças entres duas pessoas são tão acentuadas e quando elas não conseguem viver com elas nem aceitá-las. O amor que sentiam um pelo outro, embora verdadeiro, começou a deixar-se abalar pelas constantes discussões, pioradas pela distância que passou a separá-los. Culpa das diferenças? Culpa da distância? Culpa deles?! Não sabem. Não sabem, mas abalou-os de vez. Acabaram.
Agora já pouco se vêem, já pouco se falam. Mas quando isso acontece, Ele e Ela apercebem-se de que, apesar de separados, há algo muito forte que ainda os une. Há algo muito forte que vai uni-los para sempre, mesmo que a vida o leve para caminhos opostos. Ele e Ela sabem que que pertencem um ao outro, que sempre pertenceram, que sempre irão pertencer. Mas será que o destino não irá querer juntá-los de novo? É que, quando a magia acontece, não se consegue fugir dela...

25 de dezembro de 2010

a missa de Natal

 Como menina de família católica mais ou menos praticante que sou, hoje fui à missa de Natal para dar o beijinho ao menino Jesus, e essas coisas. Mas foi preciso pouco tempo dentro da Igreja a ouvir o chamado sermão do Senhor Padre para fazer me prometer a mim mesma que nunca mais vou à missa.
Expressões como as que enuncio a seguir deixaram-me absolutamente revoltada...
   - "Atravessamos uma crise económica porque não ligamos a Deus.";
   - "Esquecemo-nos do amor e dos ensinamentos de Deus. Então, vamos andar praí a matar criancinhas e a casar homens com homens e mulheres com mulheres.";
   - "Quem tem um mínimo de inteligência, sabe que Deus é a única salvação.".
Ora vejamos. Segundo o Senhor Padre, andamos todos com falta de dinheiro e a fazer mais buracos nos cintos que já estão tão apertados porque não vamos à missa todos os domingos, nem rezamos todos os dias. Uff! Podemos ficar mais descansados.. afinal, não é preciso FMI, nem medidas de austeridade, nem nada dessas coisas, basta rezar o terço todos os dias.
É isso e pôr o casamento homossexual ao mesmo nível do crime brutal da matança de criancinhas! Sim porque, ser homossexual é um crime descomunal. -.-" Apesar de ouvir este tipo de coisas me revolte, infelizmente já não me chocam. Vivemos numa sociedade demasiado retrógrada e atrasada, o que não se deve só ao facto de sermos um país com um elevado número de idosos, mas principalmente ao facto desses mesmo idosos (e não só), serem activamente cristãos desde que nasceram, sem terem tido sequer oportunidade de escolha. Se calhar, se existisse aquele mínimo de inteligência que o Senhor Padre falava (e não estou a chamar ninguém de burro, atenção), a mentalidade não seria moldada pela Igreja, mas sim pela consciência de que ninguém é menor que ninguém por ser diferente do que se considera "o normal". Porque Jesus disse "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." e, no entanto, parece que só sabemos criticar-nos uns aos outros, em vez de nos respeitarmos e aceitarmos as diferenças que tornam cada um especial.
E depois, estas três belas expressões são apenas um exemplo de tudo o que foi dito numa missa que, supostamente, por ser a missa de Natal, deveria falar de amor, família, bondade, humildade.. e todas essas coisas bonitinhas que devíamos ter um mente durante todo o ano.
Pronto, fiquei mesmo revoltada com isto. Desculpem qualquer coisinha.

21 de dezembro de 2010

o "lá fora" e o "cá dentro"

Está temporal lá fora. Cá dentro, apenas me vale a vela que a custo acendi. Sentada na cama, sem nada que fazer, imagino...
Imagino um cenário assustador. Lá fora, espíritos do mal travam batalhas sobrenaturais, assassinos andam à solta e procuram as suas vítimas, criaturas aberrantes espalham o medo e a destruição, homens irados combatem entre si. Lá fora, reina o medo. Lá fora, está espalhado o terror. Lá fora, são infernais.
Imagino um cenário romântico. Cá dentro, um casal troca juras de amor e carinhos à luz de velas. Dizem que se amam, que querem ficar juntos para sempre, que nada mais importa para além deles, que são os amores da vida um do outro, que nada os pode nem vai separar. Cá dentro, nada mais importa. Cá dentro, fazem amor. Cá dentro, são eternos.
Dois cenários tão opostos separados apenas por uma parede.Não se apercebem da existência um do outro. Mas, e se a parede que os separa ruísse? Conseguiria o "cá dentro" conquistar o "lá fora" apenas com a força do amor? Ou, por outro lado, seria o "lá fora" a destruir o "cá dentro" em poucos segundos? 
O temporal parou, a luz voltou, mas a imaginação, essa, continuou...

17 de dezembro de 2010

o natal



Entrámos na época natalícia. As ruas das cidades enchem-se de luzes (embora até aqui a crise se faça sentir) e de votos de boas festas, Dizem ser uma época de paz e amor, mas será mesmo que o é?
Vejamos.
As crianças só pensam na meia noite, a hora que o senhor Pai Natal chega, para poderem começar a gritar pelas prendas e verem se os papás lhes deram a tão namorada Playstation, ou o novo modelo da Barbie que deixa os olhos das meninas a brilhar em todas as mil vezes que passa no anúncio na tv. Quando a prenda que recebem não é a que realmente queriam, fazem birra e esquecem-se de que o importante é o espírito e o gosto de dar algo a alguém importante.
Os adultos, vivem numa azáfama total e correm às compras de última hora, acabando por não conseguirem encontrar os presentes pensados e pedidos com tanta antecedência. Entopem shoppings, filas de supermercados, lojas de rua.. Gastam o dinheiro do décimo terceiro mês e algum das poucas poupanças que conseguiram juntar ao longo do ano. Também eles acabam por esquecer que o importante é o espírito e a vontade de dar..
Quem ganha com tudo isto, claro, é o comércio. Com as montras luminosas e promoções aliciantes, fazem de tudo para conquistar os olhos dos clientes.
Então e aquela história do menino Jesus, da Virgem Maria, do senhor José, dos Reis Magos.. Fica só para o presépio e para a árvore de Natal?! Esquecidos a um canto da sala. Supostamente, era esse o motivo da celebração. Mas tudo se transformou em materialismo e consumismo.
Então e aquela felicidade de ter a família toda reunida à mesa a conversar sem discussões? Supostamente, era esse o motivo da consoada e do próprio dia de Natal. Mas parece que se transformou numa obrigação.
De facto, a crise toca a todos e chega a todo o lado, incluindo à felicidade e à alegria das pessoas.
Esta época dura pouco, mas façam dela uma boa memória do ano que passou. Esqueçam a crise, os problemas, as amarguras. Não precisam de dar prendas caras, nem de encher a casa de luzinhas, precisam apenas de dar o melhor de vocês aos outros. Afinal de contas, pode ou não pode ser uma época de paz e amor?

13 de dezembro de 2010

relatividade do tempo



Já Einstein dizia que o tempo é relativo. E, de facto, é uma coisa na qual penso muitas vezes. Por exemplo, quando estamos a fazer algo de que não gostamos, ou na companhia de alguém de quem dispensamos a companhia, e olhamos para o relógio de minuto a minuto, parece que o tempo não passa! Mas quando estamos a fazer uma coisa que gostamos, ou nos estamos a divertir imenso, ou quando estamos como alguém com quem queremos muito estar, o tempo passa a correr! No entanto, enquanto para mim o tempo está a passar devagar, pode estar a passar a correr para alguém que está mesmo ao meu lado. Isto deixa-me confusa e dá-me que pensar.
Tudo isto porque estou fechada numa sala, a ter uma aula para a qual não queria entrar hoje, e pensar em coisas que preferia não pensar, a não conseguir ter um mínimo de concentração. E, no meio disto tudo, não paro de olhar para o relógio e o tempo não passa, não quer passar..

12 de dezembro de 2010

eu

Olá a todos!
Sou a Tânia, tenho 20 anos e sou muito distraída! Devia ter-me apresentado primeiro, mas enfim..
Sempre quis ter um blogue onde pudesse expor o que realmente sinto e o que me vai na alma, o certo é que, por preguiça, esquecimento ou simplesmente porque não calhou, só hoje me lembrei de fazer um.
No fundo, sou uma pessoa como todas as outras. Uma pessoa que ama e odeia, que ri e chora, que come e dorme, que gosta muito e gosta pouco, anda e corre. Uma pessoa que tem muitos sonhos e acaba por viver um bocado no seu mundo de fantasia e que pensa que não há pessoas más, e que continua a pensar assim mesmo depois de ser desiludida.
No entanto, por muito que se fale, por muito que se escreva.. o que afinal importam as palavras?

Espero que gostem dos meu devaneios que espero ter tempo e paciência para partilha-los com vocês. :)

Muah. *

cativar significa criar laços


Eu não te conhecia. Tu não me conhecias. Eramos insignificantes um para o outro. Até que tu chegaste, entraste na minha vida aos poucos e passaste a ser importante para mim. Ficava ansiosa por te ver outra vez, por estar contigo outra vez, por falar contigo outra vez. Aos poucos, foste-me cativando, fomos criando laços. Aquelas conversas até de manhã à porta de minha casa, a mantinha, o pequeno-almoço, o primeiro beijo.. Tudo estava a ser tão especial. O azul do céu fazia-me lembrar de ti, fazia-me lembrar os teus olhos. Ah, como ficava feliz ao olhar para ele! Passou a ser uma espécie de meu paraíso! Passou a ser muito mais importante para mim, tal como tu. Mas esse azul do céu foi escurecendo aos poucos. Afinal, o que querias tu?! O que significava eu para ti?! Nada do que significavas tu para mim.. Somos responsáveis por aquilo que cativamos. Tu cativaste-me, mas não soubeste cuidar de mim. Ou será que eu é que não te soube cativar?