9 de janeiro de 2012

talvez a lua...

 "Tenho fases, como a lua 
Fases de andar escondida, 
fases de vir para a rua... 
Perdição da minha vida! 
Perdição da vida minha! 
Tenho fases de ser tua, 
tenho outras de ser sozinha. 
Fases que vão e vêm, 
no secreto calendário 
que um astrólogo arbitrário 
inventou para meu uso. 
E roda a melancolia 
seu interminável fuso! 
Não me encontro com ninguém 
(tenho fases como a lua...) 
No dia de alguém ser meu 
não é dia de eu ser sua... 
E, quando chega esse dia, 
o outro desapareceu..."
(Lua Advresa, de Cecília Meireles)

Quem quebrará a "maldição" de "ter fases como a Lua"?
Quem conseguirá ir contra as leis da física e fazer de um dia, apenas um dia, escuro e luz ao mesmo tempo?
Talvez o sol, talvez a luz, talvez a noite... Talvez a eterna solidão a que "ter fases como a lua" me condenou.
Talvez um dia, conseguirei ser de alguém que é meu.
Mas se esse dia chegar, e quando chegar, "o outro desapareceu"...

Condenada à solidão.
Talvez a lua, talvez a lua me dê a mão.

"Lua, eu quero ver o teu brilhar"!

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