"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu..."
(Lua Advresa, de Cecília Meireles)
Quem quebrará a "maldição" de "ter fases como a Lua"?
Quem conseguirá ir contra as leis da física e fazer de um dia, apenas um dia, escuro e luz ao mesmo tempo?
Talvez o sol, talvez a luz, talvez a noite... Talvez a eterna solidão a que "ter fases como a lua" me condenou.
Talvez um dia, conseguirei ser de alguém que é meu.
Mas se esse dia chegar, e quando chegar, "o outro desapareceu"...
Condenada à solidão.
Talvez a lua, talvez a lua me dê a mão.
"Lua, eu quero ver o teu brilhar"!
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