25 de dezembro de 2010

a missa de Natal

 Como menina de família católica mais ou menos praticante que sou, hoje fui à missa de Natal para dar o beijinho ao menino Jesus, e essas coisas. Mas foi preciso pouco tempo dentro da Igreja a ouvir o chamado sermão do Senhor Padre para fazer me prometer a mim mesma que nunca mais vou à missa.
Expressões como as que enuncio a seguir deixaram-me absolutamente revoltada...
   - "Atravessamos uma crise económica porque não ligamos a Deus.";
   - "Esquecemo-nos do amor e dos ensinamentos de Deus. Então, vamos andar praí a matar criancinhas e a casar homens com homens e mulheres com mulheres.";
   - "Quem tem um mínimo de inteligência, sabe que Deus é a única salvação.".
Ora vejamos. Segundo o Senhor Padre, andamos todos com falta de dinheiro e a fazer mais buracos nos cintos que já estão tão apertados porque não vamos à missa todos os domingos, nem rezamos todos os dias. Uff! Podemos ficar mais descansados.. afinal, não é preciso FMI, nem medidas de austeridade, nem nada dessas coisas, basta rezar o terço todos os dias.
É isso e pôr o casamento homossexual ao mesmo nível do crime brutal da matança de criancinhas! Sim porque, ser homossexual é um crime descomunal. -.-" Apesar de ouvir este tipo de coisas me revolte, infelizmente já não me chocam. Vivemos numa sociedade demasiado retrógrada e atrasada, o que não se deve só ao facto de sermos um país com um elevado número de idosos, mas principalmente ao facto desses mesmo idosos (e não só), serem activamente cristãos desde que nasceram, sem terem tido sequer oportunidade de escolha. Se calhar, se existisse aquele mínimo de inteligência que o Senhor Padre falava (e não estou a chamar ninguém de burro, atenção), a mentalidade não seria moldada pela Igreja, mas sim pela consciência de que ninguém é menor que ninguém por ser diferente do que se considera "o normal". Porque Jesus disse "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." e, no entanto, parece que só sabemos criticar-nos uns aos outros, em vez de nos respeitarmos e aceitarmos as diferenças que tornam cada um especial.
E depois, estas três belas expressões são apenas um exemplo de tudo o que foi dito numa missa que, supostamente, por ser a missa de Natal, deveria falar de amor, família, bondade, humildade.. e todas essas coisas bonitinhas que devíamos ter um mente durante todo o ano.
Pronto, fiquei mesmo revoltada com isto. Desculpem qualquer coisinha.

1 comentário:

  1. Como vês, não me esqueci de o ler:)
    Sou católica, porque fui baptizada como tal. Acredito em Deus, e mantenho a Fé. Mas jamais acreditarei na Igreja.
    Para se ser Padre, é necessário que se faça um voto de celibato. No entanto, a Igreja Católica não aceita Padres homossexuais. Isto não parece um bocado contraditório? Se se faz um voto de celibato, o que interessa a orientação sexual?? O voto de celibato elimina por completo as relações sexuais, aquela coisa,que até os animaizinhos gostam de fazer, mas que ao Homem, segundo a Igreja, só é permitido (aos fiéis, entenda-se) para reprodução.
    Resumindo, para se ser Padre, não se pode ser homossexual, tem de se fazer um voto de celibato, mas podem andar por aí a comer criancinhas!!! Segundo o "teu" Padre "blablabla...andar por aí a matar criancinhas...blblabla", criancinhas essas, inocentes, a quem os Srs. Padres, representantes de Jesus Cristo na Terra, MATAM. Sim, matam-lhes a alma! À algo pior do que que viver sem alma?
    Não é preciso ter uma religião ou acreditar em Deus, para se praticar o bem. Basta ser-se consciencioso e não querer o mal dos outros.
    Não percas a Fé, pelo que o teu Padre disse, pois ele não passa de um comum mortal.
    SC

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